A IMAGEM DA SEMANA....

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VIOLÊNCIA... O QUE QUEREMOS PARA NÓS ?

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2009 ESTÁ INDO EMBORA... 2010 VEM POR AÍ...

OLÁ GALERA... FORAM TANTOS TRABALHOS DE BLOG NÃO É VERDADE???
ESPERO QUE EM 2010 POSSAMOS REFAZER NOSSAS EMOÇÕES E LUTAR PARA CRIARMOS COISAS NOVAS,

FELICIDADES,

PAZ,

SAÚDE E

MUITO ESTUDO...

BEIJOS...

FUI.....................

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Mundo Multipolar 2º Va

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Mb

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terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Mundo No Breve SéCulo Xx 2º Ma

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domingo, 23 de agosto de 2009

DO MUNDO DA VELHA ORDEM, À NOVA ORDEM MUNDIAL !

VIVEMOS UM ORDEM MUNDIAL, DENOMINADA NOVA ORDEM, QUE É O RESULTADO DE EVENTOS QUE A GERARAM....NESTE TRABALHO TEMOS UM BREVE HISTÓRICO
DA VELHA ORDEM A NOVA ORDEM MUNDIAL

FRASE 01
Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes. Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo. Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos.

FRASE 02
Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle Epóque (Bela Época). Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico. Confiantes de que a civilização atingira o ápice de suas potencialidades, os países ricos viviam a simples expectativa de disseminar seus paradigmas às nações menos desenvolvidas. Entretanto, todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões. Com o passar do tempo, a relação entre os maiores países industrializados se transformou em uma relação marcada pelo signo da disputa e da tensão. Nações como Itália, Alemanha e Japão, promoveram a modernização de suas economias. Com isso, a concorrência pelos territórios imperialistas acabava se acirrando a cada dia. Orientados pela lógica do lucro capitalista, as potências industriais disputavam cada palmo das matérias-primas e dos mercados consumidores mundiais.

FRASE 03
Um dos primeiros sinais dessa vindoura crise nas relações entre os europeus, se deu por meio de uma intensa corrida armamentista. Preocupados em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada tecnologia de guerra e empreendia meios para engrossar as fileiras de seus exércitos. Nesse último aspecto, vale lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações. Outra importante experiência ligada a esse clima de rivalidade pôde ser observada com o desenvolvimento da chamada “política de alianças”. Através da assinatura de acordos político-militares, os países europeus se dividiram nos futuros blocos políticos que conduziriam a Primeira Guerra Mundial. Por fim, o Velho Mundo estava dividido entre a Tríplice Aliança – formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália – e a Tríplice Entente – composta por Rússia, França e Inglaterra.

FRASE 04
O nacionalismo, que se manifestava sob diferentes formas nos diversos povos, provocou choques de aspirações e ambições. Foi desta forma que a estabilidade do Império Austro-Húngaro foi ameaçada pelo desejo de independência das suas minorias eslavas estimuladas pelo pan-eslavismo do Império Russo. Este, por sua vez, alimentou a ambição de tirar da Turquia o domínio dos estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo, o que vinha de encontro a uma das diretrizes do movimento pan-germanista: a expansão para o Leste. A Alemanha, recém-unificada e em fase de extraordinário desenvolvimento econômico, ambicionava a ampliação do seu império colonial, bem como uma posição de hegemonia na Europa, alarmando justificadamente as outras potências. Na França, o nacionalismo era marcado pelo desejo de "revanche" pela derrota de 1871 e da recuperação da Alsácia-Lorena, desejo este exacerbado pela rudeza da intervenção diplomática alemã nas crises internacionais. Mediante ao contexto de tensões na Europa, tínhamos formado o terrível “barril de pólvora” que explodiria com o início da guerra em 1914. Utilizando da disputa política pela região dos Bálcãs, a Europa detonou um conflito que inaugurava o temível poder de metralhadoras, submarinos, tanques, aviões e gases venenosos. Ao longo de quatro anos, a destruição e morte de milhares impuseram a revisão do antigo paradigma que lançava o mundo europeu como um modelo a ser seguido.

FRASE 05
O entre-guerras, período compreendido entre o término da Primeira Guerra Mundial (1918) e o início da Segunda Guerra Mundial, foi marcado por crises econômicas, políticas e sociais em vários países. Quando o primeiro conflito mundial terminou, os EUA era uma nação poderosa, a mais rica do mundo. Assim, em 1918, novamente a presença americana era flagrante. Empréstimos e mais empréstimos foram contratados pelos europeus visando à reconstrução dos países destruídos. Esses fatores condicionaram aos EUA uma prosperidade sem precedentes. Um período de grande abundância gerou uma idêntica euforia social. Os empresários americanos nadavam em capitais. Exportava também o "modelo de homens de negócios", o Self-made-mam. Aquele empreendedor, que, saindo das camadas humildes da população, competentemente prosperou. Toda essa riqueza gerou, nos EUA, um novo ideal de vida ou um novo estilo de vida americano, o "american way of life". Estilo de vida baseado na febre de consumo de produtos industrializados. Mas essa abundância era ilusória, pelo menos para a maioria do povo norte-americano.

FRASE 06
A crise de 1929 acabou afetando vários países do mundo. Na Europa, muitas nações dependiam do crédito norte-americano e, quando este foi suspenso, sofreram forte abalo. Houve fechamento de bancos, falências, desvalorização da moeda e desemprego. No início da década de 30, o número de pessoas desempregadas no mundo estava em torno de 40 milhões. Os países desesperados para se safarem, tomaram medidas várias. Alguns como Alemanha e Itália tiveram que adotar regimes autoritários para conseguirem implementar medidas impopulares. A confusão provocada pela crise criou, na Europa, o clima responsável pela eclosão da Segunda Guerra Mundial. O Brasil também foi afetado pela crise de 1929. O café, principal produto de exportação, tinha nos Estados Unidos o seu maior comprador. Com a crise, os norte-americanos reduziram as compras e os estoques de café aumentaram, provocando a queda do preço e transformações políticas, sociais e econômicas no Brasil.

FRASE 07
Considerada uma verdadeira guerra mundial, a Segunda Guerra foi conseqüência de um conjunto de continuidades e questões mal resolvidas pelos tratados de paz estabelecidos após a Primeira Guerra Mundial. Os confrontos foram divididos entre duas grandes coalizões militares: os Aliados, liderados por Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética; e o Eixo, composto pela Itália, Alemanha e Japão. Em conseqüência de suas maiores dimensões, os conflitos foram desenvolvidos na Europa, Norte da África e países do Oceano Pacífico. No período entre 1918 e 1939, a economia mundial sofreu um grande abalo gerado pela crise de 1929. Na época, a economia dos EUA financiava e fornecia produtos às principias nações européias atingidas pelos conflitos da Primeira Guerra Mundial. Além disso, a miséria de algumas nações, como no caso da Itália e da Alemanha, propiciou a ascensão de grupos políticos nacionalistas de extrema direita. Ao mesmo tempo, as disputas imperialistas ainda dominavam a concorrência da economia mundial.

FRASE 08
Nos fins da Segunda Guerra Mundial, os países aliados se reuniram na Conferência de Yalta para discutirem a organização do cenário político e econômico do pós-guerra. Já nesse encontro, Estados Unidos e União Soviética se sobressaíram como as duas maiores potências do período. Contudo, as profundas distinções ideológicas, políticas e econômicas dessas nações criaram um clima de visível antagonismo. Preocupada com o avanço da influência do socialismo soviético, os norte-americanos buscaram se aliar politicamente a algumas nações da região balcânica. Em contrapartida, os soviéticos criaram um “cordão de isolamento” político que impediria o avanço da ideologia capitalista pelo restante da Europa Oriental. Essa seria apenas as primeiras manobras que marcariam as tensões ligadas ao desenvolvimento da chamada “Guerra Fria”.

FRASE 09
O confronto entre socialistas e capitalistas ganhou esse nome porque não houve nenhum confronto direto envolvendo Estados Unidos e União Soviética. Nessa época, a possibilidade de confronto entre essas duas nações causava temor em vários membros da comunidade internacional. Afinal de contas, após a invenção das armas de destruição em massa, a projeção de uma Terceira Guerra Mundial era naturalmente marcada por expectativas desastrosas. Geralmente, percebemos que os episódios ligados à Guerra Fria estiveram cercados por diferentes demonstrações de poder que visavam indicar a supremacia do mundo capitalista sobre o socialista, ou vice-versa. Um primeiro episódio de tal natureza ocorreu com o lançamento das bombas atômicas em território japonês. Através do uso dessa tecnologia, o mundo capitalista-ocidental visava quebrar a hegemonia socialista no Oriente.

FRASE 10
Um dos aspectos da Guerra Fria está na questão de Berlin, onde os soviéticos bloquearam a cidade de Berlim em reação contra a tentativa de garantir a hegemonia política capitalista na região. Em resultado desse confronto, o território alemão foi dividido em dois Estados: a República Federal da Alemanha, de orientação capitalista; e a República Democrática Alemã, dominada pelos socialistas. Nessa mesma região seria construído o Muro de Berlim, ícone máximo da ordem bipolar estabelecida pela Guerra Fria. Buscando garantir oficialmente o apoio de um amplo conjunto de nações, os Estados Unidos anunciaram formulação do Plano Marshall, que concedia fundos às nações capitalistas, e logo depois, a criação da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte. Por meio dessa última organização militar, os capitalistas definiram claramente quais países apoiariam os EUA em uma possível guerra contra o avanço das forças socialistas.

FRASE 11
Sem demora, a União Soviética também conclamou os países influenciados pela esfera socialista a assinarem o Pacto de Varsóvia, criado em 1955. Tendo pretensões muito semelhantes à OTAN, a união congregava União Soviética, Albânia, Bulgária, Romênia, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia e a República Democrática Alemã. Um pouco antes, respondendo às bombas de Hiroshima e Nagasaki, os soviéticos ainda promoveram testes nucleares no Deserto do Cazaquistão. Essa seria apenas uma pequena amostra da truculenta corrida armamentista que se desenhou entre os capitalistas e socialistas. Como se não bastassem tais ações, a Guerra Fria também esteve profundamente marcada pelo envolvimento de exércitos socialistas e capitalistas em guerras civis, onde a hegemonia política e ideológica desses dois modelos esteve em pauta. Somente nos fins da década de 1980, quando a União Soviética começou a dar os primeiros sinais de seu colapso econômico e político, foi que essa tensão bipolar veio a se reorganizar. Antes disso, conforme muito bem salientou o historiador Eric Hobsbawm, milhares de trabalhadores, burocratas, engenheiros, fornecedores e intelectuais, tomaram ações diversas em torno da ameaça de uma desastrosa guerra.

FRASE 12
O mundo depois da Segunda Guerra foi politicamente marcado pelo “racha” político e ideológico travado entre Estados Unidos e União Soviética. As duas principais potências vitoriosas do conflito mundial dividiram entre si áreas de influência econômica, política e ideológica, inaugurando um período conhecido como “Guerra Fria”. É nesse contexto que temos condições de compreender o conflito que dividiu a Coréia em dois diferentes Estados Nacionais. De fato essa divisão é anterior ao conflito já que, durante o processo de ocupação das áreas colonizadas pelo Japão, as tropas norte-americanas controlaram o sul e os exércitos soviéticos lutaram na parte norte. A partir desse processo de ocupação militar, as duas potências resolveram criar uma fronteira artificial que delimitaria o predomínio de ambas naquela região. Após um acordo, o paralelo 38° fixou os limites da socialista Coréia do Norte e da capitalista Coréia do Sul.

FRASE 13
Ao longo de sua história, o território vietnamita foi marcado por uma longa sucessão de conflitos e guerras. Durante o período imperialista, o Vietnã – juntamente com o Laos e o Camboja – foi alvo da dominação política e econômica exercida pelos franceses. No entanto, no ano de 1939, um grupo político comunista liderado por Ho Chi Min encabeçou uma luta contra a presença francesa na região. Logo depois, esse mesmo movimento teve que fazer frente ao interesses imperialistas japoneses na região. Passado os conflitos da Segunda Guerra, os vietnamitas ainda tiveram que sofrer com as lutas travadas na Guerra da Indochina, conflito onde a França tentou retomar o controle da região. Essa guerra só chegou ao fim quando os comunistas ligados à Liga da Independência conseguiram derrotar os franceses na Batalha de Diem Bien Phu, em maio de 1954. Depois disso, as negociações diplomáticas firmadas com o Tratado de Genebra dividiram o país em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.

FRASE 14
O conflito entre o norte e o sul do Vietnã, começou em 1957, quatro anos depois os EUA passaram a participar do confronto, enviando conselheiros militares. Logo em seguida, com o assassinato de Dinh Diem, os EUA começaram a utilizar de seus exércitos para lutar contra o avanço do vietcongues, nome dado aos comunistas que participaram da guerra. Para justificar sua ação, os EUA acusaram o Vietnã do Norte de participar do ataque a embarcações norte-americanas no Golfo de Tonquim. Sem conseguir resolver militarmente a questão e derrotado em diversos confrontos, o governo norte-americano saiu da guerra com a assinatura do Acordo de Paris, em 1973. Nos três anos subseqüentes ainda houve conflitos na região, configurando agora, uma guerra civil no Vietnã. Em 1976, o grupo comunista venceu a guerra, formando a República Socialista do Vietnã. Ao total, a Guerra do Vietnã foi responsável pela morte de três milhões de vietnamitas, contando as perdas militares e civis.

FRASE 15
A Revolução Cubana de 1959 representou uma das principais derrotas sofridas pelos Estados Unidos no período da guerra fria, reativando a tensão entre as duas superpotências em plena fase da coexistência pacífica. A influência norte-americana no país só começou a ser rompida a partir de 1959, quando Fidel Castro, liderando um movimento guerrilheiro, depôs o ditador Fulgêncio Batista. O objetivo inicial do movimento guerrilheiro era livrar a ilha da dominação imperialista norte-americana. Porém, em pleno contexto da guerra fria, marcado pela bipolaridade, seria quase impossível evitar que o país caísse na área de influência soviética. Vencidas as ameaças de invasão dos Estados Unidos, e tendo recebido apoio quase imediato da outra superpotência da época, aos poucos Fidel Castro foi assumindo uma orientação socialista e alinhando Cuba ao bloco soviético. As primeiras medidas tomadas por Fidel Castro foram a reforma agrária — o que rompia com o histórico domínio dos latifundiários sobre a maioria da população — e a nacionalização das empresas estrangeiras, a maior parte delas norte-americana. O desenvolvimento econômico assumiu a forma ditada pelo planejamento estatal que orientava os países socialistas. Ou seja, cabia ao Estado fixar os objetivos da nova política econômica, estabelecer as metas de produção e direcionar os investimentos. Era também o Estado, e não o mercado, que fixava os preços se encarregava da distribuição das mercadorias. A prioridade básica assumida pelo governo foi levar os serviços de saúde e de educação para todo o povo. Essas medidas, associadas à política de eliminar totalmente o desemprego, foram determinantes para romper com os péssimos indicadores sociais que ainda hoje caracterizam os países centro-americanos.

FRASE 16
O Mundo da Guerra Fria caracterizou-se pela confrontação entre o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco socialista, liderado pela União Soviética. Logo em seguida à Segunda Guerra Mundial deu-se o progressivo alinhamento dos países ao dois grandes blocos, em meio ao armamentismo e confrontos localizados. Os Estados Unidos estabeleceram o Plano Marshall e a OTAN, enquanto os soviéticos respondiam com o Comecon e o Pacto de Varsóvia. Em 1949, Mao Tsé-tung, liderando o Partido Comunista Chinês, tomou o poder, estabelecendo a República Popular da China. Derrubado, Chang Kai-shek fugiu para a ilha de Formosa, criando ali a China Nacionalista. No ano seguinte, na Coréia, teve início uma séria confrontação entre capitalistas e comunistas com sérios riscos para a paz mundial. O conflito só terminou em 1953 com a manutenção da divisão da região em Coréia do Norte, comunista, e Coréia do Sul, capitalista.

FRASE 17
No final dos anos 50, o governo soviético Kruschev e os norte-americanos Eisenhower e Kennedy ensaiaram uma aproximação e tentativas de distensão, no que ficou conhecido como política da Coexistência Pacífica. Entretanto, tal política não impediu novas rivalidades e confrontações, ao contrário, restabeleceu o clima de Guerra Fria, que foi seguido mais tarde de nova aproximação, como aconteceu com a Détente dos anos 70. Após a reativação das rivalidades norte-americanas e soviéticas durante os anos 80, no final desta década teve fim a Guerra Fria, quando houve o colapso do bloco soviético seguido do fim da URSS. Na América Latina, Cuba engrossou o bloco
soviético, durante a bipolarização mundial, tendo à frente Fidel Castro, o qual reestruturou profundamente a ordem tradicional da economia e a sociedade cubana.

FRASE 18
Em 1962, o país foi o epicentro de outra grave crise internacional, a chamada Crise dos Mísseis. Nos demais países latino-americanos a instabilidade, as ditaduras e os confrontos políticos não conseguiram alterar substancialmente a tradicional situação de subdesenvolvimento, de miséria e de enormes desigualdades sociais. Na descolonização da Ásia e da África, destacou-se a
iniciativa da Conferência da Bandung, onde se oficializou o bloco do Terceiro Mundo, disposto a não se alinhar automaticamente à União Soviética ou aos Estados Unidos. No processo de independência indiano destacou-se a atuação de Mahatma Gandhi, através da resistência pacífica. Na independência da Indochina, deu-se a incorporação dos confrontos da Guerra
Fria, transformando essa área numa da mais violentas do mundo, sendo, portanto, ameaçadora à paz internacional, com a Guerra do Vietnã. Outra área de permanente tensão no pós-Segunda Guerra Mundial, e até hoje marcada por intensos conflitos, é a do Oriente Médio, envolvido nos sucessivos confrontos árabe-israelenses, nos conflitos do Líbano, na Guerra do Iraque contra o Irã e na Guerra do Golfo. Também na África, a herança colonial e as lutas libertadoras desembocaram em sangrentos confrontos e impasses políticos que se prolongam até hoje, como o caso de Angola, Moçambique, África do Sul, entre tantos outros.

FRASE 19
No final dos anos 80 e inicio dos 90 teve inicio a crise do bloco socialista e o fim da Guerra Fria, seguidos do desaparecimento da própria União Soviética. O governo de Stálin tinha estruturado uma ordem econômica centralizada, que se, de um lado, elevou o país à condição de superpotência mundial, de outro, consolidou a burocracia soviética. No governo de Kruschev tentou-se romper com os entraves centralistas e burocratizados da era stalinista; essa tentativa, apesar de algum sucesso, acabou frustrada pela retomada do centralismo administrativo do governo Brejnev. Durante o governo de Gorbatchev (1985 - 1991), a União Soviética mergulhou num período de reformas com a perestróika e a liberalização política da glasnost, culminando em sérias crises. No bloco socialista do leste europeu as reformas ganharam dinamismo próprio e produziram a reunificação alemã e substanciais mudanças políticas em todo os países. Na União Soviética, o reformismo de Gorbatchev rachou politicamente o país em anti-reformistas e ultra-reformistas. Os conservadores, descontentes com as reformas e seus desdobramentos, tentaram um golpe contra Gorbatchev em agosto de 1991, sendo derrotados. Um dos principais líderes que enfrentou e frustrou as ambições dos golpistas foi Bóris Yeltsin, presidente da república soviética da Rússia e líder dos ultra-reformistas. Com o fim do bloco socialista e da URSS, terminou a Guerra Fria, nascendo uma nova ordem internacional, fundada basicamente no poderio econômico. Os principais pólos do poder são: EUA, Japão e Europa. De outro lado os países do 3º mundo estão empobrecendo cada vez mais.

FRASE 20
O poder da imagem tornou-se questão estratégica durante o século XX, com o desenvolvimento de mídias de grande impacto como a fotografia, o cinema, o rádio e a televisão. Com o avanço da tecnologia, a reprodução e o alcance das comunicações passaram a abranger virtualmente todo o planeta. Na Guerra Fria, os temas da propaganda ideológica eram complexos porque envolviam ideais distintos de vida, democracia e felicidade. No bloco soviético, por exemplo, esses ideais refletiam o processo político desencadeado com a Revolução de 1917. No lado capitalista, as coisas tomaram um rumo diametralmente oposto. Nos Estados Unidos, o ideal de felicidade tem sido, há muitos anos, quase sinônimo de riqueza e bem-estar individuais. É o chamado ideal do self-made-man. Um dos primeiros símbolos desse ideal foi o automóvel. Para muitos americanos do início do século não havia felicidade sem um carro na garagem. Um homem, em particular, teve grande influência na construção do modo de vida americano: Henry Ford, o criador da linha de produção em série do automóvel.

FRASE 21
O surgimento da bomba atômica teve sérias implicações históricas, políticas e culturais. Durante o período da Guerra Fria, o pesadelo da chamada "hecatombe nuclear" rondou a vida dos habitantes do planeta. Acreditava-se que o ataque de um dos lados, num momento qualquer, desencadearia uma guerra que poria fim à vida humana na Terra.Nós vamos ver de que modo a bomba atômica surgiu e se transformou num dos elementos principais do jogo de poder entre Estados Unidos e União Soviética. Um jogo macabro conhecido como "o equilíbrio do terror". O propósito dos Estados Unidos, para esses historiadores, foi de intimidar Moscou e conter o avanço do comunismo.Em fevereiro de 47, Truman fez no Congresso americano um discurso que mais tarde ficaria conhecido como "Doutrina Truman". O presidente prometia acabar com a chamada "ameaça comunista" em qualquer parte do mundo onde ela surgisse. Era apenas o início de uma longa temporada de tensões internacionais que caracterizariam a Guerra Fria.

FRASE 22
Ninguém sabe, exatamente, quando o homem teve pela primeira vez o desejo de voar. Sabemos que é uma ambição muito antiga. A mitologia, a arte e a literatura de todas as épocas e culturas estão repletas de imagens de homens-pássaros e do anseio humano de alcançar os céus. A corrida espacial nos remete ao desenvolvimento tecnológico do século XX, particularmente do período da Guerra Fria. Estados Unidos e União Soviética disputavam quem obteria primeiro maior domínio e conhecimento do espaço. É claro que essa disputa tinha um significado científico e militar. Mas não era só isso. Talvez mais importante do que o aspecto da estratégia, havia também uma profunda questão psicológica e cultural envolvida. A própria Guerra Fria começou a cansar a opinião pública. No final dos anos 60, os movimentos pacifistas realizaram grandes manifestações nos Estados Unidos e na Europa. Na França, a temperatura esquentou com o movimento estudantil de maio de 68. No bloco socialista não foi muito diferente. Na Tchecoslováquia, os jovens saíram às ruas em defesa da chamada "Primavera de Praga", um período liberal estimulado pelo dirigente tcheco Alexander Dubcek. De um modo geral, a opinião pública, de leste a oeste, já não aceitava a velha fórmula do Bem e do Mal, do capitalismo versus comunismo, propagada dos dois lados no auge da Guerra Fria.

FRASE 23
Às vésperas do ano de 1990, ainda existiam duas Alemanhas e continuava de pé o Pacto de Varsóvia, a aliança militar do bloco socialista da qual a Alemanha Oriental fazia parte. Inicialmente, a proposta de reunificação das Alemanhas não foi bem recebida pela França, Grã-Bretanha e outros países europeus, que temiam o ressurgimento da grande potência germânica, berço do nazismo e de ambições históricas de hegemonia sobre a Europa. Dentro da própria Alemanha Ocidental, a oposição argumentava que o lado capitalista teria de arcar com um preço muito alto para modernizar as empresas obsoletas e adaptar as estruturas sociais da Alemanha Oriental. Em 7 de junho de 1990, o Pacto de Varsóvia anunciou que deixaria de exercer suas funções militares, o que representava, na prática, o fim da aliança socialista. Acabava, assim, o único grande obstáculo geopolítico à reunificação das duas Alemanhas. Exatamente em 3 de outubro de 90, a Alemanha Oriental deixava de existir. Com o apoio dos Estados Unidos, a potência germânica renascia no coração de uma Europa perplexa e preocupada. Nessa época, a União Soviética atravessava uma das piores crises de sua história. O líder Mikhail Gorbatchev era acusado de traidor por seus adversários. Além disso, ganhavam força os movimentos de independência nas 15 repúblicas soviéticas. O país estava politicamente paralisado, ao passo que uma crise econômica sem precedentes afetava o nível de vida da população. A União Soviética ainda era uma potência militar, mas já não possuía a estatura de uma superpotência.

FRASE 24
Do ponto de vista geopolítico, a invasão tinha motivos mais consistentes. No dia 1º de janeiro de 1990 venceria o prazo para que os Estados Unidos entregassem ao governo panamenho o controle administrativo do Canal do Panamá, que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico. A Casa Branca não estava disposta a cumprir o prazo, estabelecido num acordo em 1977. O Canal do Panamá, além de sua importância econômica, tinha um forte significado estratégico, como base do Comando Sul do Exército dos Estados Unidos. Na época da Guerra Fria, o Comando Sul tinha como missão lutar contra o avanço comunista na América Central. Depois que o comunismo deixou de ser uma ameaça a Washington, o combate ao narcotráfico passou a ser a justificativa norte-americana para manter a base e o controle sobre o Canal do Panamá.

FRASE 25
A invasão do Panamá foi uma das primeiras ações internacionais norte-americanas depois da queda do muro de Berlim. Naquele momento, já estava evidente que a Casa Branca tinha nas mãos o poder de articular todas as iniciativas na defesa de seus interesses. Mas foi durante a crise do Golfo Pérsico que os Estados Unidos consolidaram seu novo papel no cenário mundial. Em agosto de 1990, o ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a invasão e ocupação do vizinho Kuwait, sob a alegação de que historicamente o pequeno país fazia parte do Iraque. O presidente norte-americano, George Bush, reagiu energicamente. Exigiu que a Organização das Nações Unidas, a ONU, adotasse uma série de medidas punitivas, incluindo um amplo boicote econômico ao Iraque. Hussein recebeu um ultimato: teria de sair do Kuwait até o dia 15 de janeiro de 1990. A crise no Golfo Pérsico evidenciava a nova postura diplomática dos Estados Unidos.

FRASE 26
Com o fim do comunismo, os antigos países socialistas abriram suas fronteiras e seus mercados. No ocidente, os países detentores de tecnologias avançadas, como Alemanha e Japão, já não precisavam se submeter à lógica da Guerra Fria e à liderança dos Estados Unidos. O resultado foi o início de uma feroz disputa pelo mercado mundial. Em junho de 91, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva em seu comércio exterior com a "Iniciativa Para as Américas", um plano que pretendia criar um mercado unificado do Alasca à Terra do Fogo. Em 93, os Estados Unidos ganharam mais motivos concretos para se preocupar. Em 1.º de janeiro daquele ano, foi criada a União Européia, uma zona de livre comércio entre os antigos países-membros da Comunidade Econômica Européia. No outro lado do mundo, o Japão e os Tigres Asiáticos, como eram conhecidos Hong Kong, Taiwan, Coréia do Sul, Cingapura e Malásia, constituíam outro pólo em plena expansão, com que os Estados Unidos vinham mantendo relações comerciais tensas desde o final dos anos 80. Apenas o continente africano estava fora das grandes disputas comerciais, com a exceção de alguns países ricos, como a África do Sul.

FRASE 27
Em dezembro de 1992, a Casa Branca determinou a invasão da Somália, com autorização da ONU. Oficialmente, o objetivo era prestar ajuda humanitária a um dos países mais miseráveis do mundo, envolto em uma guerra civil. A guerra contra o Iraque, em 91, já havia permitido a Washington o controle militar sobre o Golfo Pérsico. Com a invasão da Somália, os Estados Unidos completavam seu domínio sobre a região. A invasão da Somália teve também uma importância simbólica: ela consagrou o poder dos Estados Unidos de intervir em qualquer ponto do planeta, bastando que esse tipo de operação fosse de interesse da Casa Branca. Ações norte-americanas em outros países não eram novidade. O fato novo é que, na condição de única superpotência do planeta, os Estados Unidos passaram a agir sem encontrar resistências internacionais muito significativas. E, nos anos 90, as operações em solo estrangeiro determinadas por Washington foram bem além da Somália. Também no Oriente Médio os Estados Unidos agiram livremente.

FRASE 28
Em julho de 94, a Casa Branca voltou suas atenções para a América Central e desembarcou suas tropas em Porto Príncipe, capital do Haiti. Desesperados com a situação de miséria sob o regime militar, milhares de haitianos fugiram para os Estados Unidos em jangadas e botes precários, criando um impasse político e social para o presidente Clinton. Mais uma vez autorizados pela ONU, os norte-americanos queriam remover o governo militar e reinstalar o residente eleito Jean-Bertrand Aristide, deposto por um golpe militar em 1991. Além das razões de inspiração humanitária e democrática, os Estados Unidos agiam em busca de uma solução para o problema social criado pelos refugiados haitianos em solo americano.

FRASE 29
Os Estados Unidos foram também a força decisiva na intervenção da ONU na guerra civil da Bósnia, no final de 95. Através da OTAN, Washington praticamente impôs um acordo às forças sérvias, muçulmanas e croatas, em conflito desde 91. O acordo não resolveu nenhum dos problemas que provocaram a guerra, mas pacificou a região e reforçou a campanha de Bill Clinton à reeleição, no final de 96. No final de fevereiro de 98, os Estados Unidos suspenderam na última hora o início de um novo conflito armado no Golfo Pérsico. Os norte-americanos, apoiados especialmente pela Grã-Bretanha do primeiro-ministro trabalhista Tony Blair, mobilizaram quatro porta-aviões, 27 mil homens e 372 aviões para a região. A perspectiva era de usar a força para obrigar o ditador iraquiano Saddam Hussein a permitir o trabalho de emissários da ONU, que inspecionavam o Iraque em busca de armas químicas e nucleares proibidas. O ataque dos norte-americanos e aliados foi evitado pela atuação diplomática do secretário-geral da ONU, o ganês Kofi Annan. Nos últimos dias de fevereiro, Annan convenceu Saddam a permitir o livre trânsito dos inspetores da ONU em seu território. Neste episódio, Washington enfrentou a resistência da França, da China, dos países árabes e particularmente da Rússia de Bóris Ieltsin. Esses países procuraram dissuadir os Estados Unidos a resolver diplomaticamente a questão. E, em último caso, a limitar os bombardeios somente aos locais suspeitos de abrigar as armas proibidas pelas Nações Unidas.

FRASE 30
A ordem que se estabeleceu com o fim da Guerra Fria e com a dissolução do socialismo real, inicialmente no Leste Europeu, com a desintegração da URSS, e depois no restante do mundo, colocou em xeque a situação vigente a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, caracterizada pela bipolarização do mundo, sob o ponto de vista político-ideológico, que tinha como expoentes os Estados Unidos, à frente do mundo capitalista, dito "Mundo Livre", e a URSS, no comando do mundo socialista, embora não de forma unânime, haja vista as dissidências na postura de países como a China, a Iugoslávia e a Albânia. A nova ordem é multipolar. Nela, o mundo está dividido em áreas de influência econômica. As alianças militares perderam o sentido, pelo menos no que se refere à oposição ao bloco político-ideológico antagônico.

FRASE 31
A URSS tinha a capacidade de lançar mísseis intercontinentais e de manter uma estação espacial em órbita, mas era absolutamente incapaz de produzir automóveis ou eletrodomésticos de qualidade. Diante dessas necessidades, Gorbachev deu início a um amplo processo de abertura política – glasnost – e de reestruturação da economia – perestroika. A abertura política, que possibilitaria à população manifestar-se a respeito de suas necessidades, tornando-a co-autora da ação do Estado que efetivamente a representaria, possibilitou, no entanto, a eclosão de sentimentos nacionalistas, sufocados duramente durante a Guerra Fria. A reestruturação da economia, que redirecionaria a ação do planejamento estatal para o setor civil, fez vir à tona o que de fato era sabido pelo governo e pela sociedade soviética: que o planejamento estatal fora um fracasso, se não em sua totalidade, pelo menos devido à consolidação da burocracia e da maquiagem dos resultados que o Estado procurou contabilizar politicamente. O caos econômico, associado à instabilidade política, efeitos colaterais do processo de modernização do país, levaram a URSS ao fim em 1991. E diante da necessidade de manutenção da integração econômica das ex-repúblicas soviéticas, visto que ainda não gozavam de autonomia nesse setor para se inserirem no mercado internacional, criou-se a CEI – Comunidade dos Estados Independentes, que tinha também como atributo o monitoramento do arsenal da ex-URSS.

FRASE 32
Efetivamente a CEI nasceu morta. Do ponto de vista econômico, as ex-repúblicas soviéticas tomaram rumos não necessariamente concordantes. O fato é que pouco resta hoje do que já foi a segunda maior economia do mundo. As crises se sucedem. A Rússia, detentora da maior parcela do arsenal da ex-URSS, vive uma crise sem precedentes. A incerteza na sucessão do presidente Boris Yeltsin torna os investidores externos temerosos. A política econômica do Estado russo não dá conta das garantias exigidas pelo mercado internacional para a completa inserção do país. O rublo desvaloriza-se a cada dia. O Estado já pediu uma moratória. Além disso, movimentos nacionalistas eclodem em constante tensão – caso da Chechênia e, mais recentemente, do Daguestão. No resto do países que outrora se admitiam socialistas, a situação não é muito diferente. Na Europa, alguns como a Hungria, a Polônia e a República Checa vislumbram a possibilidade de ingressar na UE – União Européia; outros como as ex-repúblicas soviéticas Casaquistão, Uzbequistão e Quirguízia vêem seus governos ameaçados pela expansão do islamismo. A Coréia do Norte e Cuba amargam embargos econômicos que impedem tentativas mais concretas de ingressar no mundo sem fronteiras. Enfim, implodiu-se o mundo socialista, ou mais propriamente o socialismo real, deixando órfãos e sem orientação os partidos de esquerda; alguns até sucumbiram à proposta neoliberal.

FRASE 33
Na Europa Ocidental, o fim do socialismo significou a aparente vitória do neoliberalismo. No início dos anos 90 a política da Europa do Oeste inclinou-se para propostas com menor participação do Estado, atribuindo ao mercado a solução de muitos problemas. Afortunadamente, a população desses países entendeu muito rápido que essa política neoliberal traria o retrocesso, e as grandes perdas seriam sentidas na área social. Na segunda metade da década de 90, a tendência neoliberal foi desbancada politicamente na Alemanha, na França, na Itália e na Inglaterra. A globalização que derruba fronteiras poderia desestabilizar a economia da Europa unida e colocá-la à mercê do capital especulativo internacional, criando espaço para a ação maior de capitais americanos.

FRASE 34
A nova ordem internacional acabou com um sem-número de conflitos diretamente ligados à ação das superpotências; mas fez surgir outros, na sua maioria de origem étnica, religiosa e nacional, que durante a Guerra Fria foram mantidos em estado latente, pois poderiam ameaçar a hegemonia das superpotências sobre determinados países ou regiões. Entre os países capitalistas, a despeito de ter-se pronunciado ainda mais a diferença entre ricos e pobres, agora Norte-Sul, vale a abertura dos mercados, o fim de restrições comerciais e a implantação de um comércio mais amplo, sob a égide da OMC – Organização Mundial do Comércio, que substituiu o GATT – General Agreement of Taxes and Trading (Acordo Geral de Tarifas e Comércio). A palavra de ordem é a inserção no mercado mundial. Os capitais estão cada vez mais livres e, perante uma variada gama de possibilidades de investimentos, deslocam-se facilmente de um país para outro, de uma economia menos atraente para outra mais atraente, até que uma outra surja, num fluxo contínuo de investimentos que se movimentam ao sabor dos ventos da economia.

FRASE 35
Os países emergentes, como os Tigres Asiáticos, a Rússia, e o Brasil, sucumbiram à mobilidade do capital internacional. Dependentes de investimentos externos, esses países foram obrigados a abrir suas economias e seu mercado consumidor. No entanto, a concorrência dos produtos importados frente aos nacionais abalou o parque industrial dos países do sul, exceção feita aos Tigres Asiáticos. Seus governos, por sua vez, não responderam ao chamado neoliberal de atribuir cada vez mais ao mercado o equacionamento das questões sociais. Endividadas e com máquinas administrativas inoperantes do ponto de vista político e monetário, essas economias quebraram.

FRASE 36
O smart money – o “dinheiro esperto”, ou seja, o capital especulativo internacional – não vê nesses países amplas possibilidades de se reproduzir. Para evitar a fuga desses capitais, essenciais para a manutenção de seu tênue desenvolvimento, os países do sul queimam suas reservas cambiais, elevam as taxas de juros, agravam seus problemas sociais internos, ampliam as desigualdades, mas mantêm os investimentos externos, que não tardarão a exigir mais e mais capitais, em mero processo de especulação.
O mundo sem fronteiras amplia as desigualdades. Isso está expresso no relatório das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano. Os países ricos enriquecem ainda mais, enquanto os países pobres perdem suas reservas e são obrigados a se sujeitar cada vez mais às determinações do mercado financeiro.

FRASE 37
Com a globalização da economia, há a perspectiva de uma maior integração no sentido de cooperação entre os países; mas existem os excluídos – nações que não constituem Estados nacionais. A globalização não dá conta do nacionalismo, que surge na defesa de interesses de nações apartadas do direito a um território, o que faz eclodir inúmeros conflitos políticos, étnicos, religiosos e até mesmo tribais. No mundo global não há espaço para aquelas nações que, por mais justa que seja sua reivindicação, não se constituíram como Estado e não são, portanto, economicamente viáveis. A globalização é o que o capitalismo quer, independentemente do desenvolvimento, da integração real e da mutualidade entre os povos.

FRASE 38
O mundo passa por uma acelerada transição. As áreas de concentração industrial não se restringem mais aos países desenvolvidos do Hemisfério Norte. Fora das regiões tradicionalmente industrializadas da Europa, América do Norte e Japão surgiram várias outras: Brasil, África do Sul, México, Ásia e os Tigres Asiáticos. A Nova Ordem Mundial não é mais estável ou segura. Países socialistas, como a China, por exemplo, têm cedido espaço à abertura de mercado e atraído capitais estrangeiros. A necessidade de reformar a economia chinesa e alterar as condições sociais no país fez com que a China se estruturasse na esfera econômica. Desde o final dos anos 70, a China adota uma crescente liberalização da economia, concentrada em Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). Esta abertura progressiva, no entanto, foi cautelosa. As autoridades escolheram a região sul do país, deixando o “coração” da China, o norte e o centro isolados das influências ou “contágios” que se viessem verificar. As ZEEs foram criadas para acabar com a estagnação econômica que atingia os países socialistas e os afastavam do nível de desenvolvimento do capitalismo. São espaços territoriais onde foram concedidas condições especiais para a fixação de capitais estrangeiros e também algumas liberalizações do mercado, semelhantes às existentes nos países ocidentais Com o objetivo de atrair capital externo, expandir as exportações, receber novas tecnologias e absorver métodos ocidentais de administração, essa iniciativa contribuiu para alavancar o desenvolvimento econômico e tecnológico, além de fortalecer a inserção do país no cenário internacional.

FRASE 39
As ZEEs Chinesas, localizam-se em áreas litorâneas, estabelecendo-se medidas semelhantes às adotadas nos Tigres Asiáticos: baixos impostos, isenção total para a implantação de máquinas e equipamentos industriais e facilidades para a remessa de lucros ao exterior. Além disso, as empresas que nelas se instalam podem estabelecer os seus próprios planos de desenvolvimento, desde que consigam encontrar fundos para tal e contam com a mão-de-obra mais barata do mundo, o que torna os preços dos produtos imbatíveis no mercado internacional. As conseqüências dessas medidas foram altas taxas de crescimento e invasão de mercadorias chinesas por todo o mundo, aumentando a demanda por produtos “Made in China”.

FRASE 40
Em 2001 a China foi admitida na Organização Mundial do Comércio e passou a abrir seu mercado às importações e a permitir investimentos estrangeiros nos setores de telecomunicações e bancos. Hoje é o quarto PIB do mundo (9,9% em 2005), atrás apenas dos Estados Unidos, Japão e Alemanha.Os Tigres Asiáticos formam um importante pólo econômico no extremo oriente da Ásia com suas Zonas de Processamento de Exportação (ZEPs). A Coréia do Sul possui empresas conhecidas mundialmente, como a Sansung. Hong Kong está entre os maiores centros financeiros internacionais. Taiwan, com a forte penetração de seus produtos tem uma das maiores reservas cambiais do mundo. Cingapura atingiu altos níveis de exportação nos últimos anos.No Brasil, se discute a implantação das ZPEs há mais de 25 anos. Criadas em diferentes estados, poucas têm infra-estrutura para funcionar. A China exporta hoje 300 bilhões de dólares enquanto que as exportações brasileiras atingem a marca de 60 bilhões de dólares.

FRASE 41
As ZEEs fizeram aparecer os primeiros traços capitalistas na China comunista. Uma China já em fase de transição para o que oficialmente se designava por “uma economia socialista de mercado”. Atualmente a China é considerada pelos EUA um país “comercialmente privilegiado”, o que amplia as cotas de exportação de produtos chineses para os mercados norte-americanos. A atual importância da economia chinesa e a posição de destaque que deverá assumir no mercado internacional nas próximas décadas atraem para si a atenção e o interesse das demais nações, seja em função das oportunidades ou das ameaças que ela representa. Entretanto, o desenvolvimento da economia chinesa encontra pela frente uma série de obstáculos. Embora existam mais de 400 milhões de pessoas na costa do Pacífico, o consumidor chinês é uma minoria privilegiada. As ZEEs, acabaram contribuindo para o agravamento das desigualdades regionais (concentração de renda, desemprego, corrupção, êxodo rural etc) e para um processo de abandono significativo das zonas rurais do interior.

FRASE 42
Com o fim da guerra fria e o ingresso de quase todo o mundo socialista na economia de mercado, Cuba passou a enfrentar uma grave crise econômica. Afinal, após a revolução, a ilha deixou de fazer parte do mercado internacional capitalista para ter como parceiros exclusivos os membros do Comecon (o mercado comum de países socialistas). Seu isolamento foi ainda agravado pelo embargo econômico imposto pêlos Estados Unidos, desde 1962. Para pressionar outros países a fazer o mesmo, ainda hoje os Estados Unidos prevêem sanções para as empresas estrangeiras que mantiverem negócios com Cuba. Atualmente o embargo à ilha tem tido como principais opositores os países europeus e o Canadá. Este último tem sido o principal parceiro comercial de Cuba, além de responsável por numerosos turistas que levam divisas ao país.

FRASE 43
Com o final da Guerra fria, Cuba vive uma crise e que tem duas raízes básicas:
o restrito mercado consumidor interno e externo, que levou à desocupação da força de trabalho e à desativação de várias instalações industriais e comerciais;
o a diminuição da oferta de fatores essenciais: capital, fontes energéticas — principalmente petróleo, que era importado da União Soviética — e alimentos em geral. Como resultado, o PNB do país reduziu-se em mais de 30% no período de 1989 a 1993, e ocorreram taxas de desemprego nunca vistas. Para enfrentar as dificuldades, a estratégia principal de Cuba tem sido investir na especialização dos seus principais produtos de exportação (açúcar, níquel e tabaco), visando a aumentar sua competitividade no mercado internacional. Além disso, o país está retomando a sua vocação para o turismo, deixada de lado após a revolução.

FRASE 44
Com o final da Guerra Fria, Cuba tomou medidas, dentre as quais, destacam-se: liberar a entrada de investimentos estrangeiros, de acordo com regras específicas; modificar o regime jurídico da propriedade, abrindo espaço para o retorno de formas de propriedade privada; abolir os subsídios dados a agricultores sem condições de competição no mercado; entregar 75% das terras a cooperativas e agricultores individuais, praticamente extinguindo as fazendas estatais coletivas; suprimir o monopólio estatal sobre o comércio exterior, concedendo autonomia tanto para estatais quanto para empresas privadas; aproveitar a mão-de-obra do país, que, por seu alto grau de instrução, tem um grande potencial de qualificação. Apesar das mudanças, Cuba não se transformou numa economia socialista de caráter misto, em que o Estado e o mercado atuam conjuntamente na determinação das regras de produção e de comércio. Afinal, as empresas públicas ainda são dominantes, e as empresas privadas são pequenas e frágeis. No entanto, já se pode falar na existência de uma "segunda economia", ou seja, aquela que envolve a ação privada de indivíduos. Politicamente, porém, a grande crítica apontada ao governo socialista é a falta de democracia, pois desde a revolução vigora a ditadura personalista de Fidel Castro, mesmo sem sua presença e com o atual governo de seu irmão Raul Castro.

FRASE 45
A denominação de “Tigres Asiáticos” é dada ao grupo de países que na década de 80 apresentaram um crescimento econômico elevado e repentino baseado em táticas agressivas de atração de capital estrangeiro como a isenção de impostos e mão-de-obra barata. O grupo formado por Coréia do Sul, Taiwan (Formosa), Cingapura e Hong Kong (localizados na Ásia, óbviamente), surgiu durante a disputa comercial iniciada com o fim do comunismo e a abertura dos mercados de antigos países socialistas. Durante esse período iniciou-se a criação de vários blocos econômicos com o fim de facilitar o as transações comerciais e financeiras. O Japão, que a essa altura já era um país bastante desenvolvido, foi o principal propulsor do crescimento dos países do sudoeste asiático. Após a Segunda Guerra Mundial o Japão estava completamente arrasado. Mas, através de uma política voltada para a capitação de recursos externos e na criação de uma poupança interna o Japão conseguiu criar um terreno propício para o crescimento das indústrias no local.

FRASE 46
TIGRES ASIÁTICOS, apelido faz com que a gente se lembre do animal TIGRE, que é forte, agressivo e impetuoso. A economia desses países que são chamados de Tigres é assim, uma economia altamente competitiva e dinâmica, a produtividade é alta. Os funcionários das indústrias, ganham três vezes mais do que os dos países do 3° Mundo, embora bem menos do que os do 1° Mundo. São pessoas de uma cultura completamente diferente do mundo ocidental, lá existe muita disciplina e um grande respeito à hierarquia. São povos que sofreram com muitas guerras e ocupações e possuem uma história muito antiga. Na economia dos Tigres a grande característica de sua indústria é produzir produtos mais baratos com rígido controle de qualidade e para eles o cliente tem sempre razão. É dessa forma que seus produtos invadem os mercados de, praticamente todos os outros países. Isto é conseguido com muita luta e dedicação porque sempre há altos impostos de importação que é a arma que os outros países usam para não sofrer tanto com a concorrência dos produtos baratos dos Tigres. Essa é a economia competitiva, os Tigres ganham na quantidade.

FRASE 47
O termo Tigres Asiáticos é oriundo dos altos índices de crescimento no setor industrial ocorridos em alguns países asiáticos como Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul e Taiwan, tal ascensão se desenvolveu entre os anos de 1960 e 1990. O elevado crescimento apresentado por esses países é proveniente principalmente da abundante quantidade de mão-de-obra disponível no mercado, como a procura por trabalho é grande a desvalorização dos salários praticados é evidente, ou seja, lei da oferta e da procura, quando a oferta está grande o preço tende a cair. Esse fato é acompanhado por leis trabalhistas frágeis e pouco atuantes, outros fatores que contribuíram para o elevado crescimento foram os incentivos tributários e os baixos custos para a instalação de empresas oriundas de capitais externos. Os Tigres Asiáticos produzem em grande escala produtos eletrônicos e de informática que são distribuídos para o mundo todo. Diante desse fato, basta observar a origem de muitos aparelhos eletrônicos que fazem parte de nossas vidas, como mp3, celulares, brinquedos e muitos outros que quase sempre são dos países que integram o grupo em questão.

FRASE 48
Atualmente fazem parte dos Tigres Asiáticos oito países, sendo que Cingapura, Indonésia, Malaísia, Tailândia e Vietnã estão localizados no sudeste asiático. E no extremo oriente se encontram Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan. No início, eram considerados integrantes dos Tigres Asiáticos somente quatro países, que foram citados anteriormente, posteriormente ingressaram os chamados “Novos Tigres” que são Indonésia, Malaísia, Tailândia e Vietnã. Os principais investidores externos nos países que integram os Tigres Asiáticos são especialmente os japoneses, transnacionais norte-americanas, além da Coréia do Sul e Taiwan. O intenso crescimento ocorrido ao longo de praticamente três décadas levou as exportações nos anos 90 a atingir números elevados, como o crescimento em 202% do Produto Nacional Bruto (PNB), em Cingapura, e em Hong Kong 132%. Para alcançar resultados tão significativos foi necessário um conjunto de medidas e um profundo planejamento, além de outros fatores não menos importantes como: Abertura da economia para o capital externo, como o norte-americano e o japonês, e com isso se afirmarem como nações capitalistas evitando aproximação de idéias e influências socialistas. Lucratividade sobre a força de trabalho, pois devido às leis trabalhistas frágeis, os salários são, em grande maioria, baixos, as férias são reduzidas, elevada carga horária de trabalho e sistema previdenciário desfortalecido. O modelo econômico dos Tigres Asiáticos é fundamentalmente exportador, dessa forma sua produção é diversificada e voltada para o mercado de países desenvolvidos, no entanto, o consumo interno não é incentivado, uma vez que os impostos inseridos nos produtos são elevados.

FRASE 49
FATORES QUE FAVORECERAM O DESENVOLVIMENTO DOS TIGRES ASIÁTICOS: Além de um sério planejamento econômico, outros fatores favoreceram o desenvolvimento destes países. Alguns fatores muito importantes: Investimento de capital estrangeiro, principalmente norte-americano e japonês, que via nesses países uma localização estratégica para fortalecer o capitalismo contra o socialismo, na época da Guerra Fria; Exploração da força de trabalho, relativamente barata, que compensava a falta de matérias-primas - as férias são muito reduzidas, a jornada de trabalho elevada e a previdência social restrita; Distribuição mais equilibrada de renda em relação a outros países capitalistas; - Estados altamente centralizados e ditatoriais; - Economias voltadas fundamentalmente para o mercado externo; Ética confucionista - estabelece um modelo socioeconômico que enfatiza o equilíbrio social, a consciência de grupo, a hierarquia, a disciplina e o nacionalismo. As grandes empresas são vistas como grandes famílias, viabilizando, muitas vezes, a ordem e a maior produtividade, o crescimento econômico dos Tigres Asiáticos alicerçou-se na associação entre as empresa privadas e o governo, que garantiu proteção às empresas nacionais por meio de barreiras alfandegárias e criou mecanismos legais de incentivo à exportação e investimentos estrangeiros. Nos países dos Tigres Asiáticos foram criadas as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), com isenção de impostos e terrenos cedidos pelo estado. Num segundo momento o crescimento das ZPEs foi apoiado pelas próprias empresas.

FRASE 50
A crise asiática foi disparada por um processo de fuga de capital e deflação de ativos financeiros em certo conjunto de economias daquela região. Iniciando-se pelos "tigrinhos" (Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas), suas repercussões adquiriram amplitude global quando aquele processo incorporou os "tigres" Coréia do Sul e Hong Kong, ameaçando também colocar em insolvência seus credores japoneses. As moedas nacionais daqueles países mergulharam em queda livre em relação ao dólar, com exceção de Hong Kong, onde a desvalorização cambial foi evitada a alto custo. A crise de confiança abateu-se sobre sistemas financeiros de fato às voltas com fragilidade financeira, ou seja, com empresas não-financeiras e intermediários financeiros carregados especulativamente com ativos de baixa liquidez vis-à-vis débitos de curto prazo. Além disso, havia a vulnerabilidade diante de desvalorizações cambiais, dada a proporção do endividamento em dólar naquela super-alavancagem. No caso dos tigrinhos, o descompasso entre ativos e passivos tinha na especulação imobiliária um componente substantivo, ao passo que, na Coréia, o desajuste relevante refletia ociosidade de capacidade produtiva industrial em seus conglomerados. O elevado grau de endividamento dos conglomerados coreanos, característica indissociável da agressividade presente em seu crescimento, perdera a garantia de solvência obtida no passado mediante receitas com exportações crescentes.

domingo, 26 de julho de 2009

Como podemos salvar a África. E ser salvos por ela

O missionário comboniano Alex Zanotelli, que viveu durante muitos anos na África e foi diretor da renomada revista italiana Nigrizia, em artigo para o jornal Liberazione, 19-07-2009, pede uma nova forma de “socorro” para a África.“Depois de haver perdido a batalha econômica, a África perdeu definitivamente a guerra das civilizações? Esta é a grande pergunta. A economia foi vencida, mas a sociedade civil sobreviveu a esta derrota”. É por esta estrada que a África se salvará e salvará também a nós”, afirma. A tradução é de Benno Dischinger.

Eis o texto.

A África esteve no centro das discussões do G8 de Áquila, mas também aqui o continente mais pobre do mundo obteve bem pouco. Eu não teria medo de falar de um grande circunlóquio da parte dos Grandes da Terra em relação à África. Esta África que sofre ao longo dos séculos as conseqüências da marginalização e da opressão: três séculos de escravidão, um século e meio de colonialismo e depois, após uma independência fortemente impregnada pelos laços residuais com as ex-potências coloniais, paga também o neoliberalismo da globalização. É o continente mais pisoteado e mais marginalizado. Paga também a crise ecológica. “A África emite menos gás serra do que qualquer outra parte do mundo, mas é o continente mais ameaçado pelas alterações climáticas”, disse Obama em seu discurso em Acra, lá em Gana. A ONU fala em centenas de milhões de pessoas, define “refugiados climáticos” que deverão fugir de suas terras, precisamente pelo superaquecimento da Terra. A África, que já pagou pesadíssimo no passado, para hoje por coisas das quais não é responsável. Pelo que, prometer à África 20 bilhões de dólares em ajuda é um circunlóquio. Faz quase dez anos que é prometido este dinheiro, mas jamais foi dado. E talvez fosse melhor assim, porque diante da ajuda é sempre preciso dizer: “Socorro! Ajude-os!” Porque os auxílios servem a nós, ao sistema, não aos pobres. Se quiséssemos realmente ajudar a África, deveríamos anular a dívida da África, que gira em torno de 250-300 bilhões de dólares.

Os grandes da terra encontraram de seis a sete mil bilhões de dólares para sanar o Crack financeiro causado pelos banqueiros... Será possível que não encontremos 250 bilhões de dólares para anular a dívida que os pobres pagam com falta de comida, de cuidados, de escolas? Gostaria de recordar que no jubileu de 2000 o nosso país aprovou uma lei na qual a Itália se empenhava em anular sua dívida ante o Sul do mundo. Após quase dez anos ainda não a aplicamos, a não ser em 50%... Sem contar que o nosso país deveria envergonhar-se em falar de ajuda à África quando acolhe os imigrantes que chegam aqui com um pacote de segurança do ministro Maroni que é a expressão de um racismo e de uma xenofobia jamais vistas na Itália.E enfim, se quisermos falar seriamente de auxílio à África, bastaria que deixássemos de investir em armas, para, ao invés, investir em vida.

Gostaria de recordar que no ano passado, segundo os dados Sipri, gastamos no mundo mais de 1,4 trilhão de dólares em armas! Devemos ajudar a África não a entrar no mercado, mas a permanecer o mais que puder ela mesma, com sua “economia informal”. A África vive hoje de economia informal, como sucede, pro exemplo, numa nação como o Congo, onde a economia formal está em pedaços e o povo vive desta economia informal. A África tentou por várias vezes encontrar o próprio caminho no campo econômico, mas sempre foi bloqueada. Uma tentativa foi feita por Julius Nyerere, da Tanzânia, que fez parte da experiência do Ujamaa, com a Declaração de Arusha, que dava origem a um socialismo africano.

Tomás Sankara também tentou um caminho autônomo no campo econômico em Burkina Faso, mas foi morto em 87. Se quisermos ajudar a África, devemos então favorecer uma economia de auto-sustentação, e não para a exportação. Por isso, torna-se importante, se dermos ajuda, que esta seja destinada a potenciar as estruturas internas das nações africanas, com estradas e ferrovias, para permitir que aquilo que a África produz vá alimentar o próprio povo. Se não fizermos isto, não há futuro para a África. Poucos expressaram este conceito tão bem como Serge Latouche em seu livrinho: Entre mundialização e decrescimento. A outra África: “À margem do envelhecimento da África ocidentalizada, existe uma África muito viva.

É a África dos exilados da economia mundial. E da sociedade planetária que continua a viver e a querer viver nadando contra a corrente. Esta outra África não é a da racionalidade econômica. É uma África da “bricolagem” em todos os campos e em todos os níveis, entre o dom e o mercado, entre os rituais oblativos e a mundialização da economia.Depois de haver perdido a batalha econômica, a África perdeu definitivamente a guerra das civilizações? Esta é a grande pergunta. A economia foi vencida, mas a sociedade civil sobreviveu a esta derrota”. É por esta estrada que a África se salvará e salvará também a nós. A África não sairá dos próprios problemas entrando a mãos cheias no mercado mundial. A África deve organizar-se, recolocar-se de pé com uma economia informal, uma economia que sirva aos próprios povos.

Isto é fundamental para a África, mas se tornará fundamental também para nós porque, se a economia e as finanças mundiais continuarem na estrada em que embocaram, significará a destruição do planeta...Se os 6,5 bilhões de pessoas do nosso planeta vivessem como nós, os ricos do planeta necessitarão de 4 planetas terra como recursos, e de 4 planetas terra como descargas onde jogar os nossos detritos. Este nosso sistema econômico não é sustentável. Indo em frente deste modo, as futuras gerações não poderão sobreviver. Auguro que a África encontre uma estrada própria que sirva de exemplo também para nós.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

AULA PREPARATÓRIA - SEGUNDO ANOS - CREI - DESAFIO 02

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AULA PREPARATÓRIA PARA DESAFIO 02 : CAP. 05: A POPULAÇÃO MUNDIAL

1 – ASPECTOS CONCEITUAIS DA POPULAÇÃO MUNDIAL

1 - Atualmente, a população mundial já ultrapassa os 6 bilhões de pessoas. É inegável que se trata de um contingente bastante numeroso de pessoas que necessitam de abrigo, alimentos, água, entre muitas outras coisas.
2 – Pode-se observar que a população mundial cresceu significativamente, a partir do século XVIII, quando a partir das inovações da Revolução Industrial, os avanços na medicina se fizeram presentes. O tamanho de uma população qualquer é o resultado de entradas ou somas e saídas ou subtrações.
3 - As entradas ou somas correspondem aos nascimentos e imigrações, ao passo que as saídas ou subtrações correspondem aos óbitos e emigrações. Assim, ao considerarmos o tamanho da população brasileira, ao longo dos tempos, temos que levar em conta não só o crescimento natural como também o saldo migratório, isto é, a diferença entre o número de imigrantes e de emigrantes.
4 - É evidente que, no caso da população mundial, as migrações são desconsideradas, pois são priorizadas as taxas de natalidade e de mortalidade. Afinal, nosso planeta não recebe migrantes vindos de fora e tampouco perde população para outro planeta.
5 - A taxa de natalidade refere-se ao número de nascimentos a um dado período, usualmente um ano. Ele expressa o número de crianças nascidas para cada grupo de mil pessoas. Ao se dizer que a taxa de natalidade de um determinado país é de 19‰, significa que, para cada mil pessoas da população desse país, nasceram 19 crianças naquele ano. Vale a pena comentar que as taxas de natalidade variam de um grupo de país para outro e refletem as condições de existências de suas populações.
6 - A taxa de mortalidade corresponde ao número de mortes ocorridas em um ano em relação ao total da população. Assim como ocorre com as taxas de natalidade, a de mortalidade também é expressa em grupos de mil pessoas. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de 12‰ indica que, para cada grupo de mil pessoas da população, morreram 12. Quando as condições de existência podem ser consideradas boas, satisfatórias, a mortalidade tende a ser mais reduzida.
7 – O que percebemos, pelos fatos mais recentes, é que a população mundial está com uma tendência à desaceleração, e por volta do ano de 2040, estabilize em 10 bilhões. A partir daí, com as seguintes características: forte diminuição da natalidade, diminuição da população em atividade profissional, ou população ativa, aumento dos gastos em previdência.
2 ) DISTRIBUIÇÃO E CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
8 - A população da Terra não está distribuída igualmente em todas as partes do globo. Ao contrário, há excesso de gente em algumas regiões e falta em outras. O relevo, o clima, a vegetação e os rios exercem influência sobre a distribuição dos grupos humanos. As regiões facilmente ocupadas pelo homem são denominadas ecúmenas. Aos vazios demográficos chamamos de regiões anecúmenas, isto é, de difícil ocupação humana.
9 - As altas montanhas, as regiões polares e os desertos dificultam a ocupação humana, sendo bons exemplos de regiões anecúmenas. Por outro lado, existem regiões na Terra, nas quais os homens se "acotovelam" por falta de espaço. É o caso do sul, do leste e do sudeste da Ásia, que reúnem mais da metade da população do globo. Por esse fato, essa região é considerada um "formigueiro humano".
10 – O Crescimento da população mundial, os países mais desenvolvidos cresceram menos em população que os países de baixo rendimento que atingem mais do dobro dos primeiros.
11 – Pode-se esquematizar o crescimento da população mundial bem assim:
Ø Por volta de 1500, estima-se que a população mundial não ultrapassasse os 500 milhões de habitantes.
Ø Até 1650: alta natalidade e mortalidade devido a fome, guerras e doenças;
Ø Em 1800 essas estimativas apontam para cerca de 980 milhões.
Ø Entre 1650 e 1850: Revolução Industrial provocou diminuição da mortalidade nos países europeus;
Ø Entre 1850 e 1950: diminuição da natalidade nos países desenvolvidos (Europa);
Ø Em 1900 a população mundial rondaria os 1650 milhões de habitantes.
Ø A partir de 1950: explosão demográfica nos países subdesenvolvidos. As estatísticas mostram que a população mundial tem crescido de modo contínuo ao longo do tempo, porém com intensidades e proporções diferentes.
Ø No dia 11 de Julho de 1985, o planeta atingiu a marca de 5000 milhões de pessoas e em 12 de Outubro de 1999 essa marca era de 6000 milhões de habitantes
Ø De acordo com estimativas publicadas pelo IBGE, neste ano, a população mundial já ultrapassou os 6,8 bilhões de habitantes.

Relógio Mundial da População estima que a cada segundo nasçam 4,1 pessoas e morram 1,8
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12 – Quais seriam as conseqüências do Crescimento Populacional ? Mais de 400 milhões de pessoas carecem das calorias, proteínas e minerais necessários para manter o corpo e o espírito saudáveis, milhões de seres humanos padecem de fome permanente, milhares sofrem de deficiências por carências e infecções a que poderiam resistir se tivessem uma alimentação melhor. Aumento da pobreza absoluta, que é definida a partir de um nível mínimo de nutrição, e diminuição da riqueza absoluta, são aqueles que têm mais rendimento do que o que necessitam para satisfazer as necessidades básicas suas e da sua família: comida, vestuário, casa
13 - Com o rápido crescimento da população mundial, especialmente nos países subdesenvolvidos, estatísticas nos dão conta que em 2050 poderemos chegar até 12,5 bilhões de habitantes no planeta. Apenas pelo conhecimento dos números, já tomamos consciência da importância que tem o estudo da população. Todavia os números só servem para quantificar e, no caso da população humana, diferentemente das populações animais em que todos vivem de maneira semelhante, a população mundial caracteriza-se pela grande diversidade social. Vivemos num mundo onde apenas um terço da população desfruta das vantagens.

3 ) AS TEORIAS DEMOGRÁFICAS
14 – A primeira aceleração do crescimento populacional coincide com a consolidação do sistema capitalista e o advento da Revolução Industrial, durante os séculos XVIII e XIX. Nos países que se industrializavam, a produção de alimentos aumentou e a população que migrava do campo encontrava na cidade uma situação socioeconômica e sanitária muito melhor. Assim, a mortalidade se reduziu e os índices de crescimento populacional se elevaram.
15 - Entre as teorias demográficas surgidas na época, destacou-se a de Thomas Malthus, que ficou conhecida como Malthusianismo. Analisando a relação entre a produção de meios de subsistência e a evolução demográfica nos EUA e na Europa, Malthus concluiu que o crescimento populacional excedia a capacidade da terra de produzir alimentos. Enquanto o crescimento populacional tenderia a seguir um ritmo de progressão geométrica, a produção de alimentos cresceria segundo uma progressão aritmética. Assim, a população tenderia a crescer além dos limites de sua sobrevivência, e disso resultariam a fome e a miséria.
16 - Diante dessa constatação e para evitar uma “catástrofe”, Malthus propôs uma “restrição moral” aos nascimentos, o que significaria: proibir o casamento entre pessoas muito jovens; sujeição moral (retardar o casamento, elevar o preço das mercadorias, reduzir os salários, praticar a castidade antes do casamento e somente ter o número de filhos que pudesse sustentar com suas próprias terras,limitar o número de filhos entre as populações mais pobres; elevar o preço das mercadorias e reduzir os salários, a fim de pressionar os mais humildes a Ter uma prole menos numerosa. Ao lançar suas idéias,, Malthus desconsiderou as possibilidades de aumento da produção agrícola com o avanço tecnológico. Aos poucos essa teoria foi caindo em descrédito e desmentida pela própria realidade.
17 - A Segunda aceleração do crescimento populacional ocorreu a partir de 1950, particularmente nos países subdesenvolvidos. Esse período, imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, foi marcado pelo surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e por grandes conquistas na área da saúde, como a produção de antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças.
18 - Com a nova aceleração populacional, voltaram a surgir estudos baseados nas idéias de Malthus, dando origem a um conjunto de teorias e propostas denominadas neomalthusianas. Novamente, os teóricos culpavam o desenvolvimento e a pobreza pelo crescimento populacional, que estaria provocando a elevação dos gastos governamentais com os serviços de educação e saúde. Isso comprometeria a realização de investimentos nos setores produtivos e dificultaria o desenvolvimento econômico. Para os neomalthusianos, uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. Enfim, ao caos social.

4) AS TEORIAS DEMOGRÁFICAS
19 - Para os neomalthusianos, a desordem social poderia levar os países subdesenvolvidos a se alinhar com os países socialistas, que se expandiam naquele momento. Para evitar o risco, propunham a adoção de políticas de controle de natalidade, que se popularizaram com a denominação de “planejamento familiar”.
20 - O planejamento familiar é feito por entidades privadas e públicas, que se associam à indústria farmacêutica e à classe médica e recebem apoio dos meios de comunicação. O controle populacional é realizado de várias maneiras, que vai da distribuição gratuita de anticoncepcionais até a esterilização em massa de populações pobres (Índia, Colômbia e Brasil).
21 - Seguidores do filósofo socialista Karl Marx, os teóricos desse pensamento afirmam que a causa da superpopulação é o modo de produção capitalista e que a sobrevivência do capitalismo, como sistema, exige um excesso relativo da população. Em outras palavras, ao contrários dos neomalthusianos, os reformistas consideram a miséria como a principal causa do acelerado crescimento populacional. Assim, defendem a necessidade de reformas sócio-econômicas que permitam a melhoria do padrão de vida da população mais pobre.

5) OS INDICADORES DE VIDA DA POPULAÇÃO
22 - Linha de pobreza é o termo utilizado para descrever o nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma famíla não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. A linha de pobreza é, geralmente, medida em termos per capita e diversos órgãos, sejam eles nacionais ou internacionais, estabelecem índices de linha de pobreza.
23 - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba três dimensões: educação e esperança média de vida. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população.
24 - O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo os países classificados deste modo: Quando o IDH de um país está entre 0 e 0,499, é considerado baixo. Quando o IDH de um país está entre 0,500 e 0,799, é considerado médio. Quando o IDH de um país está entre 0,800 e 1, é considerado alto. Embora não exista nenhum estudo acerca de correlações, de causa-efeito, entre as áreas do globo terrestre, o clima e as latitudes com o IDH das nações, pela observação do mapa com cores indicando o IDH podemos perceber alguns fatos.
25 – São exemplos de países com IDH mais alto ficam geralmente nas maiores latitudes, locais de temperaturas médias mais baixas. É o caso da América do Norte, Europa Ocidental, Japão, Coréia do Sul, Austrália, Nova Zelândia.
Com relação aos de IDH ligeiramente menor nessas latitudes ficam a
Rússia e as antigas nações do "bloco comunista", países onde a Renda per capita é menor, havendo, porém, bons índices de alfabetização e expectativa de vida. Ficam aí também a Argentina, Chile e Uruguai, os países de clima mais frio da América Latina.
26 - Nações com IDH intermediário se encontram em sua maioria na
América Latina, no Norte da África, Oriente Médio, China, Ásia Central, Irã, nações que ficam entre as latitudes de clima mais frio e as regiões equatoriais. Os países de menor IDH estão claramente nas menores latitudes, climas mais quentes, com forte concentração na África e no Subcontinente indiano.Dentro do próprio continente africano pode ser percebida uma ligeira tendência de maior IDH nos pontos mais afastados da linha do Equador.

6) O SUBDESENVOLVIMENTO: ORÍGENS E ATUALIDADE
27- O termo subdesenvolvimento surgiu após a Segunda Guerra Mundial, nos documentos dos organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, principalmente. A "descoberta" do subdesenvolvimento deu-se com a descolonização e com a publicação pelos organismos internacionais de dados estatísticos dos diversos países do mundo (índice de mortalidade, salário, formas de alimentação, habitação, consumo, distribuição de renda, etc.). Esses dados revelaram um verdadeiro "abismo" entre o conjunto dos países desenvolvidos e o dos subdesenvolvidos.
28 - Quase todas as nações do Sul foram colônias antes de se constituírem em países independentes. Inversamente, nenhum dos atuais países desenvolvidos foi de fato colônia. Mesmo os EUA, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, que teriam sido colônias da Inglaterra durante alguns séculos, na realidade não o foram.
29 - Durante a época moderna, do século XVI ao XVIII, os europeus unificaram a superfície terrestre, estabelecendo relações de troca entre quase todos os povos e regiões. Nesse período existiram dois tipos principais de colonização: de exploração e de povoamento. As "Colônias de Exploração", como México, Brasil, Peru e Bolívia, localizadas em áreas tropicais, serviram como fonte de enriquecimento de suas metrópoles. Existindo apenas para suprir as necessidades da metrópole, essas foram as verdadeiras colônias típicas, usurpadas e vilipendiadas.
30 - Diferentemente, nas colônias de povoamento, como os EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, não verificamos este processo de exploração predatória de riquezas. Sendo territórios situados na zona temperada, com condições naturais semelhantes à Europa, não serviam para a produção de gêneros agrícolas tropicais que eram reclamados pelo mercado europeu de então. O ouro e a prata só foram encontrados nos EUA e Canadá após a independência, para sorte desses países.
31 – A Sociedade e Estado no Subdesenvolvimento, é marcado pelo estado repressor, e Ilegítimo, ou seja, nos países subdesenvolvidos, o Estado foi montado pelos colonizadores com o objetivo de defender os interesses mercantis, baseando-se menos na coesão (nas leis, na tradição, na cultura), como ocorre nos países desenvolvidos, e mais na coerção, isto é, na força física, impositiva. Juntando-se a isso, a enorme disparidade entre a minoria dominante e a maioria explorada provocou um estado de violência quase que endêmico, baseado na pressão militar ou policial sobre as populações de baixa renda. É por isso que a democracia dificilmente consegue se firmar no Sul: mantém-se por curtos períodos ou existe apenas na teoria, salvo raras exceções, como parece ser o caso do Brasil de hoje, onde a democracia se consolida cada vez mais.

7) A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO MUNDIAL
32 - A realização de estudos sobre a população é de suma importância, esse pode ocorrer em níveis regionais ou globais, o primeiro se refere à busca por informações sobre os habitantes de um município, estado ou país, o segundo é mais abrangente, pois estabelece um agrupamento de informações, pois se trata de pesquisas que levam em consideração aspectos populacionais de vários países, continentes e o número total de pessoas no mundo.
33 - Conhecer as populações quanto ao número e suas condições socioeconômicas se faz necessário para implantação de projetos e medidas que atendam a realidade de uma determinada população. O censo, ao ser realizado, tem como objetivo conhecer o número de habitantes, os índices de crescimento vegetativo, índices de natalidade, índices de mortalidade, qualidade de vida, distribuição de renda entre outros, tais informações servem para que os governos realizem os orçamentos anuais direcionados aos serviços públicos, como educação, saúde, infra-estrutura, geração de emprego e muitas outras.
34 - A estrutura etária de uma população é a sua distribuição por idade que, tradicionalmente, divide-se em três faixas: A base - É a parte inferior da pirâmide, onde está relacionada a população jovem (0 - 14 anos ou 0 - 19 anos). O corpo - É a porção intermediária da pirâmide, onde está representada a população adulta (15 a 59 anos ou 20 a 59 anos). O cume, o ápice ou o pico - É a porção superior da pirâmide, onde está representada a população idosa ou velha (igual ou acima de 60 anos).
35 – Em uma população jovem: é própria de países subdesenvolvidos, pois estes possuem altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida. Na População madura: caracteriza os países desenvolvidos jovens que ainda não completaram a transição demográfica. Possuem baixa taxa de natalidade e de mortalidade, baixo crescimento vegetativo. em uma população envelhecida: corresponde aos países desenvolvidos antigos que já completaram a transição demográfica. Possuem elevada expectativa de vida e crescimento vegetativo baixo, nulo ou negativo, tendo suas pirâmides estreitas na base e com o topo bem largo.
36 - A pirâmide etária é também um histograma e é muito utilizada em análises demográficas por permitir visualizar numa única imagem a distribuição da população por idades e simultaneamente compará-la entre os dois sexos em um determinado ano. Pode esboçar o perfil demográfico de um país, estado, região ou município, podendo associar-se com seu grau de desenvolvimento e ao seu estágio econômico. Os países que apresentam um elevado crescimento vegetativo, por exemplo, os subdesenvolvidos, apresentam uma estrutura etária jovem, ao mesmo tempo em que os que apresentam um moderado crescimento demográfico, os desenvolvidos, apresentam uma estrutura etária adulta e velha, devido à baixa taxa de natalidade.