A IMAGEM DA SEMANA....

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VIOLÊNCIA... O QUE QUEREMOS PARA NÓS ?

domingo, 25 de julho de 2010

Bioma Pampa já perdeu mais da metade da vegetação original

É NOTÓRIO QUE NOSSOS BIOMAS ESTÃO PASSANDO POR PROCESSO DE DEGRADAÇÃO MUITO ACELERADO...
NESTA REPORTAGEM, REGISTRO O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS PAMPAS NO SUL DO BRASIL....

O bioma Pampa, que ocupa a maior parte do Rio Grande do Sul, já perdeu quase 54% da vegetação original. Os dados mais recentes do desmatamento do bioma, divulgados nessa quinta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente, mostram que, entre 2002 e 2008, 2.183 quilômetros quadrados (km²) de cobertura nativa foram derrubados. No total, o bioma já perdeu mais de 95 mil km² da vegetação original.
A reportagem é de Luana Lourenço e publicada pela Agência Brasil, 22-07-2010.
O levantamento, feito pelo Centro de Monitoramento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aponta os 19 municípios gaúchos que mais desmataram o bioma no período. Alegrete, no extremo oeste do estado, é o campeão de derrubada, com 176 km² de desmate entre 2002 e 2008. As cidades de Dom Pedrito e Encruzilhada do Sul aparecem em seguida, com 120 km² e 87 km² desmatados em seis anos.
Apesar do grande percentual desmatado, o ritmo de devastação do Pampa é o menor entre os biomas brasileiros. De acordo com os dados do MMA, a região perdeu anualmente, em média, 364 km² de vegetação nos últimos seis anos. No Cerrado, o ritmo anual de devastação é de 14 mil km² por ano e, na Amazônia, a derrubada atinge 18 mil km² de floresta anualmente.

O mapeamento da cobertura vegetal do Bioma Pampa revelou que 41% do local está preservado. Para continuar com esse percentual positivo, o professor Heinrich Hasenack, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), garante que só existem dois caminhos: um “é identificar áreas bem conservadas de diferentes fisionomias no Bioma e transformar o que for possível em unidades de conservação”, e outro “é definir, para estes 41% com cobertura natural, um tipo de uso que não remova esta cobertura, permitindo simultaneamente a atividade econômica e a conservação”.

Coordenador do mapeamento realizado entre 2004 e 2006, Hasenack lembra, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, que todo tipo de cultura introduzido na região traz como “conseqüência a remoção da vegetação natural”. No passado, o arroz, a soja e o milho contribuíram para a devastação do Bioma, e, atualmente “a silvicultura é a atividade que mais converte o campo nativo”, avalia. As árvores responsáveis pela produção de celulose, no entanto, têm o “incoveniente adicional de que estarão substituindo uma cobertura original campestre por um cultivo arbóreo”, considera.
Heinrich Hasenack é graduado em Geografia e mestre em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é docente da mesma universidade.
Confira a entrevista.

IHU On-Line - O senhor realizou estudos no pampa gaúcho entre 2004 e 2006. Qual é a sua avaliação do local? Algum resultado lhe surpreendeu?
Heinrich Hasenack - Eu coordenei o trabalho de mapeamento da cobertura vegetal do Bioma Pampa, o qual contou com uma equipe de profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Participaram do processo pesquisadores do Centro de Ecologia, Departamento de Botânica e Centro de Sensoriamento Remoto e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) (de Clima Temperado, de Pelotas, e Pecuária Sul, de Bagé). Faz parte de um projeto maior do Ministério do Meio Ambiente, cujo objetivo foi o Mapeamento da cobertura vegetal dos biomas brasileiros e para o qual foi lançado um Edital. De fato, havia a expectativa de que as formações campestres estariam melhor conservadas do que as formações florestais, embora não tivéssemos uma idéia de valores.

IHU On-Line - Como tem se dado a interação entre flora-fauna-solo-clima no bioma?
Heinrich Hasenack - Esta é uma pergunta complexa, já que o objetivo foi o mapeamento da vegetação, portanto com caráter mais fisionômico e menos florístico. O mapeamento, entretanto, oferece elementos que podem contribuir para estudos sobre essas interações. É provável que regiões com temperaturas mais amenas e com menor precipitação apresentem uma riqueza de espécies vegetais menor. O mesmo é válido para solos pouco desenvolvidos. Embora inúmeras espécies da fauna usem áreas campestres e florestais, a composição da fauna em ambientes campestres é, provavelmente, diferente daquela observada em ambientes florestais.

IHU On-Line - Cerca de 40% da cobertura vegetal do Bioma Pampa está conservada. Que atitudes devem ser tomadas para preservar esse percentual nos próximos anos?
Heinrich Hasenack - Há duas formas. Uma é identificar áreas bem conservadas de diferentes fisionomias no Bioma e transformar o que for possível em unidades de conservação. A segunda alternativa é definir, para estes 40% com cobertura natural, um tipo de uso que não remova esta cobertura, permitindo simultaneamente a atividade econômica e a conservação.

IHU On-Line - Esse percentual de preservação é suficiente?
Heinrich Hasenack - Sim, desde que as unidades de conservação sejam implementadas de fato e não apenas no papel e que a atividade econômica seja de fato sustentável, isto é, que a atividade pecuária, por exemplo, tenha uma lotação que garanta a diversidade de espécies nativas do campo, a proteção do solo e a convivência com espécies da fauna nativa.

IHU On-Line - Que fatores contribuíram para a devastação de mais da metade do pampa gaúcho? A introdução da silvicultura na região agravará os percentuais destacados pelo mapeamento?
Heinrich Hasenack - Toda a atividade agrícola, tanto com culturas anuais, como com cultivos permanentes teve como conseqüência a remoção da vegetação natural. No passado, o arroz foi a cultura que praticamente eliminou os campos úmidos e banhados do Bioma, mais recentemente, de acordo com os preços no mercado internacional, a soja e o milho têm sido cultivados em áreas pretéritas de campo. Esta atividade comprometeu especialmente os campos das Missões e do Planalto Médio. Hoje, estes cultivos já atingem áreas na Campanha também. Atualmente, a silvicultura é a atividade que mais converte o campo nativo. O avanço de qualquer destas atividades representa risco à cobertura natural. A silvicultura tem o incoveniente adicional de que estará substituindo uma cobertura original campestre por um cultivo arbóreo. Na Serra do Sudeste, onde parte da cobertura original foi florestal, isto é compreensível, já na Campanha, eu não diria o mesmo.

IHU On-Line - Segundo o mapeamento, os ecologistas não demonstram preocupação com as diversas espécies cultivadas na região, mas sim a adoção de práticas de produção que são inadequadas à realidade ambiental do bioma. É possível realizar técnicas de manejo em que as diversas culturas possam conviver de maneira adequada com a realidade do pampa gaúcho, mantendo, ao mesmo tempo, a vitalidade do ecossistema?
Heinrich Hasenack - Há espaço para a produção e para a conservação. É necessário, com base nas informações que temos, estabelecer quais são as melhores áreas para produzir e para conservar. Existem áreas boas tanto para produção quanto para conservação. Para estas áreas, devemos ter o bom senso de estabelecer limites para uma e outra.

IHU On-Line - A partir desse mapeamento realizado no pampa, serão criados programas estaduais que visem o uso sustentável da biodiversidade da região?
Heinrich Hasenack - O objetivo que o Ministério do Meio Ambiente teve ao lançar o edital de mapeamento da cobertura vegetal dos Biomas Brasileiros foi de ter dados mais recentes sobre o estado de conservação da vegetação, já que o último levantamento havia sido realizado pelo Projeto Radambrasil, na década de 1970. Este dado é mais um elemento que se espera venha a ser utilizado em todos os níveis para o planejamento e para a gestão do território.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CAMPANHA SOLIDÁRIA CONTRA A FOME....

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou uma campanha denominada 1billionhungry (Um bilhão de pessoas com fome). O propósito é recolher um bilhão de assinaturas em todo o mundo para fazer uma pressão política junto à ONU, mostrando que a fome é um crime.

O que é a fome?
Para os mais afortunados, é apenas a sensação no estômago que lhes diz que "são horas de comer.” Para os que têm menos sorte, e não conseguem ter a comida suficiente todos os dias, a fome fá-los-á sentir débeis e cansados, incapazes de concentrar-se, e até doentes. A única coisa em que conseguem pensar é quando vão ter alguma coisa para comer. Para centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro, esta sensação dura todo o dia, todos os dias, e nunca sabem se, e quando, esta sensação vai acabar. Para eles, a fome pode levar à doença e a danos temporários ou permanentes para a sua saúde. Eles não têm comida suficiente para mantê-los ativos e sãos, e não consomem as vitaminas e os sais minerais de que o corpo necessita para funcionar bem. Isto é a fome crônica. Quando a fome é extrema e depois de dias com comida insuficiente ou nenhuma, o corpo começa a alimentar-se da única coisa que pode: ele mesmo, decompondo a sua própria gordura e tecidos, o que consequentemente pode levar à inanição e à morte.


O por que da fome ?
O problema não é a falta de alimentos. Atualmente são produzidos no mundo alimentos suficientes para que todas as pessoas possam ter uma alimentação adequada e possam levar uma vida sã e produtiva. A fome existe por causa da pobreza. Existe porque as catástrofes naturais, como terremotos, inundações e secas, ocorrem muitas vezes em lugares onde as pessoas pobres têm muito pouco ou nada para poder reconstruir, quando ocorrem danos. Existe porque, em muitos países, as mulheres, apesar de serem quem mais trabalha na agricultura, não têm o mesmo acesso que os homens à formação, ao crédito ou à posse da terra. A fome existe por causa dos conflitos, que impedem as pessoas de ter qualquer possibilidade de levar uma vida decente e alimentar as suas famílias. Existe porque as pessoas pobres não têm acesso à terra ou a infra-estruturas agrícolas sólidas para produzir culturas viáveis.Quem são os que sofrem com a fome?São, sobretudo, os rurais pobres que vivem em países em desenvolvimento – nas aldeias na Ásia, na África, na América Latina e Caribe – que dependem na sua maior parte da criação de gado ou do cultivo de produtos alimentares em pequenas parcelas, destinados a satisfazer as suas necessidades básicas de nutrição. Os sem terra também são ainda mais vulneráveis e no grupo da fome encontram-se ainda viúvas, órfãos, idosos, trabalhadores eventuais, refugiados. Esses pobres rurais não conseguem um rendimento estável, e por isso não conseguem complementar as suas necessidades de nutrição comprando os alimentos que necessitam. Frequentemente migram para as cidades à procura de trabalho, que é muitas vezes escasso e mal pago. O baixo rendimento traduz-se em poucos meios para comprar alimentos nos mercados locais. As mulheres são normalmente mais afetadas, as que são mal alimentadas durante a gravidez e terão maior probabilidade de dar à luz a crianças desnutridas. Quando catástrofes, como inundações, terremotos e secas atingem países vulneráveis, os pobres vêem-se forçados a abandonar as suas casas e os seus meios de sustento, aumentando assim o número de vítimas da fome.

O que se pode fazer para lutar contra a fome?
Partilhar a esperança de um mundo sem fome é o primeiro passo. Acabar com as desigualdades de gênero e dar às mulheres poder para desempenhar um maior papel no desenvolvimento agrícola, é outro. O problema da fome deve ser uma prioridade nos países mais empobrecidos. Aos pequenos agricultores devem ser facultadas as oportunidades e a educação de que necessitam para poderem produzir alimentos e gerar rendimento em quantidade suficiente para as suas famílias. As economias rurais têm de crescer para aumentar as oportunidades de emprego para aqueles que o necessitam e assim reduzir as migrações do espaço rural para as cidades. Tem que se dar mais ênfase à melhoria do acesso dos pequenos agricultores, tanto a mercados domésticos como internacionais. Os nossos recursos naturais têm de ser geridos de forma sustentável, para assegurar que a terra não seja explorada em excesso. Os setores público e privado têm de colaborar para acabar com a pobreza e a desigualdade e melhorar o acesso a uma alimentação segura para todos.

Como participar da campanha?
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou uma campanha denominada 1billionhungry (Um bilhão de pessoas com fome). Solicita que divulguemos esta campanha, através da coleta de assinatura. O propósito é recolher um bilhão de assinaturas em todo o mundo para fazer uma pressão política junto à ONU, mostrando que a fome é um crime.O slogan da campanha é: 1 bilhão de pessoas vive com fome crônica e eu estou louco de raiva.Para assinar a petição. Veja como:

Acessar o seu link
Pode-se fazer a assinatura eletrônica, ou baixar o texto do abaixo-assinado e recolher as assinaturas, que é muito simples e não necessita de nenhum documento.Esta campanha foi assumida pelo CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) em sua reunião plenária no dia 01 de julho. O Mutirão pela superação da miséria e da fome quer fazer-se presente nesta campanha, solicitando que todas as pessoas envolvidas em nosso trabalho social, à luz da fé cristã, abracem esta causa.A data limite proposta para o recolhimento das assinaturas é o dia 7 de setembro de 2010. Elas deverão chegar à ONU no dia 16 de outubro – dia mundial da alimentação